O mundo longe de casa

Postado por Cristiana em novembro 15, 2018
Foto: Arquivo pessoal

Domingos, feriados, sábados são sempre dia estranhos, longos, chatos posso dizer. São os dias em que eu estava em casa, sentada no sofá reclamando de não ter o que fazer ou cheia de trabalhos pra entregar e estudos do vestibular pra cumprir no último ano. Hoje tenho a sorte de estar numa cidade que permanece em constante movimento mas eu não consigo sair, é difícil e doí. E  parece que o entreterimento é só uma desculpa para fugir dos próprios pensamentos, essa coisa de se divertir é boa demais para ser genuína.

Toda vez que é feriado prolongado alguma das meninas com quem eu moro viaja para casa, eu já deixei de ir em vários, é custoso em tempo e dinheiro - e em aspectos emocionais. Leva um tempo para me recuperar do turbilhão que é voltar e reconhecer tudo que eu abri mão.




Se sentir sozinha é regra nas últimas semanas e eu não sei o que fazer. Seria o certo abandonar e perceber que tudo que eu sinto aqui eu já sentia antes e a distância só faz enxergar mais claramente a sensação que sempre existiu. Não é como se o mundo virasse do avesso só porque rodei algumas centenas de quilometros, e o mundo virou do avesso ainda assim.

Eu não sei dizer do que eu sinto saudades, ou se eu concluo que eu temo as mudanças e que eu não consegui aceitar as outras que vieram antes dessa.

Estar sozinha pode ser ruim, mas é pior não conseguir se movimentar para ver o mundo lá fora. É estar presa e com constante medo do que te espera. O mundo é violento demais e é cruel.

São quase nove meses aqui, é quase uma gestação. Nove meses se preparando para dar luz a algo que parece maior e mais bonito que todo resto.

Sigo esperando qual o sentido de tantos turbilhões.  
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